terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O fim do show

Foi no ato dois.
Eu errei a fala
e você não poupou.
Me tirou de cena.

Como eu ensaiei,
e até mesmo voei.
Perto do sol queimei
e novamente errei.

A cortina fechou,
e a luz em penumbra
deixou o palco frio
e meu peito que sangra.

Não tive glória
e nem um abraço.
Foi uma aventura ilusória
e fez-me de palhaço.

O ensaio acabou
e todos levantaram-se.
Não houve festa
e não ouvi aplausos.

Não teve nem vinho
nem mais uma memória.
Vou embora sozinho
tropeçando na nossa história.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A queda do império

Fronteiras ao norte
e cavaleiros no bosque.
Um dragão na caverna 
e fantasmas em mim.

Chuva de névoa 
e pranto de ingenuidade.
Correntes vivas
e calabouço profundo.

Escudo forte (?)
e armadura de graveto.
Espada dourada
e alma amaldiçoada.

Centenas de feridos
e sua cama vazia.
E eu ainda vivo...
adeus, minha rainha! 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Sou todas as vidas do mundo

Não me leia,
sinta!
Não decifre,
explore.

Faço um risco,
às vezes um A.
Pode ser amor,
mas te engano.

Jamais afirme.
Sempre negarei.
Vivo outras vidas,
Morro em vocês.

Do que escondo,
criei do mundo.
Do que sorri,
a mentira que profano. 

O poeta ama, 
mas não sozinho.
Vivo em todos,
e todos em um.

Minhas palavras,
sem autores.
Meus sentimentos,
cem guerreiros! 

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O primeiro vôo

Eu te dei...
o meu melhor Oi.
Cheio de surpresa,
cheio de boas intenções.

Você,
me deu seu mistério.
Confesso,
a sua especialidade.

Eu tremi, muito.
E nem era inverno.
Eu sorri,
mas era de nervoso.

Você, calma.
Calma?
Relaxada,
ou desinteressada?

Eu tentei,
até fiz uma canção.
Você,
você não prestou atenção.

Fiz novela
e até um poema.
Você suspirou
e até disfarçou.

Hoje eu me perco
e você...
você também.

Hoje eu te quero
e você...
você me quer também.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

A supernova do amor

Não existe só ela,
a força brutal da natureza.
Imponente, como deveras ser.
Incansável e fatal.

Braços fortes ela tem.
E, também, espírito.
Uma gladiadora, fato.
Nem sempre humana.

E o que dizer,
se a língua seca,
se o cérebro falha
e não se quer mais viver?

Até os anjos caem,
o fruto nega adocicar
o dragão acorda
e o infinito desperta.

E sendo, vai ser.
E a vida mostra,
não é só a gravidade
quem te joga montanha abaixo.



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A rendição da saudade

A saudade nasce.
Não linearmente
muito menos programada.
Sem agenda, ela cresce.

Passo-a-passo,
ou talvez, um salto.
Um trilho reto
ou um buraco e seu mistério?

Canta, belíssima.
E dança, sua menina.
Observo, a espreita.
Admiro, que linda!

Revelação humana
e paciência de santa.
Obrigado, óh céus!
Por cuidar de mim e dos meus.

E na busca da nobreza
reencontramos, a certeza!
Faça nossa soma e saiba...
Sou aquele quem te ama.