segunda-feira, 21 de março de 2011

S.O.S.

Dessa vez sentei de fora,
ali na varanda mesmo.
Uma sombra veio também,
e comprimentou-me fitando os olhos.

Compartilhamos o silêncio
mas discutimos sobre tudo.
É poema sem rima,
é música sem emoção.

Sonhar o sonho
está parecendo festa popular.
E das lágrimas, nossas,
seguem os perenes.

Lembrávamos da corte.
Dos tempos de riso,
falsos. E do suicídio,
uma arte, que é preciso.

Aos passos adiante,
só a sombra, fiel.
E ao futuro que não existe,
espero o convite do céu.

terça-feira, 15 de março de 2011

Um pedido de socorro

De saudosa angústia centenária
viveu no meu sonho.
E de tempo passado, a continuar
pôs a fazer-me entristecer.

Com as mãos sem controle
e um seco no paladar.
Aos olhos sem futuro
e uma sombra a me acompanhar.

Um desejo eminente
e uma lógica sem fundamento.
Das histórias que cresci, hoje
leio páginas em branco, as nossas.

E poeta que sou fico sem,
a escolha. E sofro já sem bravura.
E exagerado por genes, imposição da dor
chego cada vez mais perto da minha loucura.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O novo já nasce velho

Perguntaram por mim,
por aí.
Senti sua falta,
bem aqui.

Meu lugar predileto,
é esconder-me aqui.
Escrevo meus sentimentos,
com vontade de gritá-los por aí.

Ironia marota,
tenho minha timidez, também.
Das novidades que me contou,
amei todas (singelas?).

E foram sábias e puras,
que eu já sinto falta, sua.
E no que me convém, e me é,
anseio (delírios?) em supernova.

De escritos passados,
adivinha quem voltou?
A sapequinha perna direita,
que pula ao lembrar de você.

Deixo aqui o mistério (belo),
E em voz baixa, digo seu nome.
Recitando-a toda vez (é claro!),
e aos céus, (lembra?) que nos ame!