quinta-feira, 29 de abril de 2010

hoje eu acordei
e achei que escreveria sobre o azul do céu
a suavidade das nuvens
e o manso calor da manhã.

Mas eu percebi que não vivo essa vida
que meu eu não está em mim
que o meu ser não é estar
e que meu ar é rarefeito.

Tive noções de física
que na minha matemática se anulam.
Onde minha sorte tende aos céus
que não são mais meus.

Espero que o novo
sempre velho
se torne passado
antes que meu futuro se finda.

domingo, 4 de abril de 2010

O dia nasceu de uma forma tão pouco vista por estes arredores.
Um riso aberto de costa a costa,
e um par de diamantes nesta bela superfície.
E um cheiro de girassol neste dia nublado.
Um presente, levemente confeccionado,
não tão importante quanto a sua existência,
mas de prazer parecido
transparecido por seus gestos.
Gostei. Melhor, eu amei.
Espero que não só hoje, como até o fim consiga o mesmo efeito.
O seu estado de espírito que conheci hoje,
me encantou para todo o sempre.
Pode apostar, vou lembrar toda vez que o vento cantar.
No sentido da minha infinita busca pelo ser,
lembrarei dos dias que aqui passei,
dos risos que sorri,
dos cantos que cantei.
Para sempre vou lembrar daquela que fez sol em dia de lama.
Que fez da minha rocha fogo e amor.
Onde pegou minha inércia e provocou aceleração.
À colocar no meu fim a vírgula que faltava.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

E nós partimos rumo ao novo mundo. Já se faz, data de hoje, mês de Maio. O tempo passou, muito rápido, para você; no meu caso o tempo se eterniza. O tempo que já fez carnaval em agosto chuvoso e hoje serve apenas para mostrar ao teimoso espelho o que é um homem sem a sombra da orquestra. No caminhar deste caminho caminhado já ouvi pelos becos do subúrbio história de cada milagre que, já, não acredito tanto assim... onde o tempo não é lá tão caridoso como pregam. Até tentei dançar um tango com ele mas até com isso eu errei o salto. Num dos caminhos que me levam ao devaneio, conheci uma singela e graciosa. De um passado já comprometido pela busca da razão social e comprometimentos "obrigatórios". Um dos sentimentos que vivo me perdendo, é claro, como eterno apaixonado que sou. E por assim dizer, me perdi, novamente. Porém como os meu delírios, sempre acontece, se vão. E ao irem deixam um tom de cinza no meu quadro de cores de uma cor só. O preto. Eu visto preto por dentro e por fora, mesmo com esse sorriso amarelo e uma boca pálida. O show dos becos, perdidos, me faz sentir-se em casa. O que antes era força, agora é desespero. E o que era, não é mais.

Onde está a luz desse beco? No fim? Pois isto parece-me mais uma dízima periódica do que uma artéria da paixão. Eu, enfim, me perco, as vezes, nesses becos também. Ah! que delícia é por momentos categóricos essa sensação. O problema é que as vezes esqueço de voltar a realidade do presente-futuro e vejo que o dia já é sombra e que a lua não vem cantar à minha sala hoje a noite. Mas pelo visto, eu também não vou cantar hoje... pelo visto, eu não vou cantar mais.