sábado, 25 de junho de 2011

Mais claro que o transparente

Eu busco em todo canto,
uma saudade, uma esperança.
Sintomas de tardes vazias em pranto,
peito castigado, mal de quem ama.

Faço histórias na parede
e vivo nelas meu presente.
Companhia de um saga latente
poeta que brada a catequese.

Durmo todo dia,
brincando de nós.
Você tira fotos por aí
e sorri em todas.

Seus olhos não brilham,
eles gritam de medo.
Você é forte,
menos quando está sozinha.

Minhas metáforas são você.
E eu sei que sabe lê-las.
Nosso afeto é fácil.
Não é justo contrariar o cosmo.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O estreito e o confuso



Muito se diz e tanto se fala. Uma enormidade de pensamentos frios sobre nada de interesse em sentimento raro. Verdades miúdas em tamanha indiferença quanto ao que se torna novo. Sensação de injustiça daquele vive uma outra época. Uma realidade fantasiosa. A vivência solitária no mundo do incrível é extremamente perigosa, e cansativa também. O sorriso do palhaço não é de graça, e azar o seu de pensar que ele é um sortudo. O preço da idealização é muito mais cara do que simplesmente um par de lágrimas num dia frio. A frustração é outra eterna batalha, visto que de sonhos todos estão por aí... mas viver só deles é tamanha estupidez. Ao menos não fazendo por onde, passa-se por pedras, que insistem em reproduzir suas pegadas, e além... tem a audácia de procriar no futuro. Futuro daquele distante do qual realmente não sabe-se a paixão. Do que adianta uma dúzia de pensamentos fartos, se o coração não consegue manter-se em vida? A admiração cria um fantasma totalmente forte. Mas àqueles que pensam nisso como plano de carreira, cuidado: o amor, apesar de todo lindo que é, guarda uma batalha infernal. E mais, guarda uma batalha infernal com aquele que o almeja, não com quem se vive. Nem todo romancista é completo. As águas que descem do rio nascem de um coração dilacerado. Até mesmo os deuses sofrem do mal que assola a humanidade. Ou você acha que eles fugiram para as montanhas sem motivo? Já dizia-se pelos bares, no calar da madrugada, que um homem disposto a amar, antes de tudo, deve ter a consciência da dor em carne. Aquela que ninguém ouve e todos duvidam. Uma companheira pra vida toda, pois a batalha não finda. Os olhos embora cheio de brilhos ao tocar a face da amada, esconde uma enormidade de cicatrizes que noutro tempo fora apenas um escudo contra os tolos. E nos dizeres, talvez perdidos, da prosa versada em ritmo, existe uma verdade sentimental muito nobre. Defendo com unhas e pontapés os desbravadores da solidão. Tenho eterna simpatia, pois machuca... tanto a indefinição de ficar quanto de partir. Nos moldes de um coração eternamente apaixonado diria aos céus que tomasse cuidado ao escolher seus semeadores. Por Deus me faça um insolente na próxima vida, ou então me faça uma árvore. Daquelas que posso viver longe, sozinho e sem muita vida em volta. Onde eu possa crescer rumo aos céus, e até brincar de dançar sozinho ao sabor do vento. Onde eu possa ser único e não sentir-me estranho quanto a isso. Saber que poderei deixar descendentes e que estes poderão ser mais parecidos comigo. E saber que no fim da minha história poucos sentirão minha falta, e que os outros continuarão o legado, não meu, mas do mundo... da família. Quisera o destino se encarregar de levar consigo toda a dor também, e mais, fazer com que não pareça uma loucura ser... e que deixe-me ter vivido!

domingo, 19 de junho de 2011

Somente só

Todo mundo é todo mundo.
Rostos e olhares parecidos,
andares meio tortos,
e a meia-vida de soluços.

Sem riscos nem adrenalina.
Cor preta e branca,
quando muito cinza.
Riso pálido que não me fascina.

A conversa deles é um ruído,
uma agonia que me enlouquece.
É tanta dívida e sombra,
homens sem honra, mulheres sem casa.

São juramentos sob castelos caídos,
cavaleiros sem medo, um coração em peste.
A minha guerra não é você quem canta,
dor característica... não cicatriza e maltrata.

Dos meus versos, faço minha luta.
E dos meus dizeres, minha lei.
Não trate os meus ideais com censura...
meus sonhos são tudo o que eu sei.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O outro lado da história

São raios, histórias e uma oração.
Uma incompreensão, um fato e um não.
Palavras vazias, guerreiras e reais.
Amor latente, verso simples e uma dor a mais.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Prisioneiro de mim mesmo

E na imensidão do pensamento, eu pratico minha ousadia.
Fico aqui calado, horas e horas... até mesmo dias.
Olho de leve pela janela do mundo, e amo você... em segredo.
Tenho leves suspiros, o prazer de um fora da lei em seu anseio.
E talvez um dia, quando amar não for um crime...
eu posso beijá-la como se fosse livre.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Amiga da sombra

Sua malvada!
Egoísta completa.
Acompanha quem está abordo
com o coração em cacos!

Ao lado de todos
e mesmo assim a mais sozinha.
Alguns se perdem, loucos.
Eu fico contigo, na surdina.

Seu olhar é falso
e suas mãos sem afeto.
Não quero mais esse laço,
prefiro um outro mais sincero.

E você é nojenta,
minha nobre donzela.
Essa, ninguém aguenta,
e você merece mais é sê-la.

Devemos ser rebeldes,
e lutar contra ti.
Sobreviver aos seus testes
e não ser apenas cada um por si.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Dono de si

Eu me vi noutros caminhos,
daqueles que já percorri.
E li lembretes de carinho,
daqueles que já vivi.

Razão afiada
e piscar de sorte.
Coração a par da estrada
e os pés fugindo da morte.

Encruzilhada apaixonante
e um olhar sucinto.
Sabedoria cativante
e um beijo extinto.

Eterno dono de si,
e sonhador dos seus sonhos.
Criador de um mundo que ri,
um dos seus maiores patrimônios.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A nobreza

Com os cristais cinzas
e o azar da história.
Lírios e loucos
a embebedarem-se.

A beleza do meu indubitável é imponente.
Cega os racionalistas e enche de esperança outros mortais.
São motivos e sensações de uma natureza real...
um bom amante não se produz sendo apenas igual.

É involuntário... é a presença dele.
Faz-se vivo... faz-se glorioso.
Tão belo é seu nome e seu crime,
que os deuses mandam pra Terra alguns poucos.

É leão e águia duelando,
em sinal de paz!
É mito...
e você não entende a minha língua.