terça-feira, 21 de junho de 2011

O estreito e o confuso



Muito se diz e tanto se fala. Uma enormidade de pensamentos frios sobre nada de interesse em sentimento raro. Verdades miúdas em tamanha indiferença quanto ao que se torna novo. Sensação de injustiça daquele vive uma outra época. Uma realidade fantasiosa. A vivência solitária no mundo do incrível é extremamente perigosa, e cansativa também. O sorriso do palhaço não é de graça, e azar o seu de pensar que ele é um sortudo. O preço da idealização é muito mais cara do que simplesmente um par de lágrimas num dia frio. A frustração é outra eterna batalha, visto que de sonhos todos estão por aí... mas viver só deles é tamanha estupidez. Ao menos não fazendo por onde, passa-se por pedras, que insistem em reproduzir suas pegadas, e além... tem a audácia de procriar no futuro. Futuro daquele distante do qual realmente não sabe-se a paixão. Do que adianta uma dúzia de pensamentos fartos, se o coração não consegue manter-se em vida? A admiração cria um fantasma totalmente forte. Mas àqueles que pensam nisso como plano de carreira, cuidado: o amor, apesar de todo lindo que é, guarda uma batalha infernal. E mais, guarda uma batalha infernal com aquele que o almeja, não com quem se vive. Nem todo romancista é completo. As águas que descem do rio nascem de um coração dilacerado. Até mesmo os deuses sofrem do mal que assola a humanidade. Ou você acha que eles fugiram para as montanhas sem motivo? Já dizia-se pelos bares, no calar da madrugada, que um homem disposto a amar, antes de tudo, deve ter a consciência da dor em carne. Aquela que ninguém ouve e todos duvidam. Uma companheira pra vida toda, pois a batalha não finda. Os olhos embora cheio de brilhos ao tocar a face da amada, esconde uma enormidade de cicatrizes que noutro tempo fora apenas um escudo contra os tolos. E nos dizeres, talvez perdidos, da prosa versada em ritmo, existe uma verdade sentimental muito nobre. Defendo com unhas e pontapés os desbravadores da solidão. Tenho eterna simpatia, pois machuca... tanto a indefinição de ficar quanto de partir. Nos moldes de um coração eternamente apaixonado diria aos céus que tomasse cuidado ao escolher seus semeadores. Por Deus me faça um insolente na próxima vida, ou então me faça uma árvore. Daquelas que posso viver longe, sozinho e sem muita vida em volta. Onde eu possa crescer rumo aos céus, e até brincar de dançar sozinho ao sabor do vento. Onde eu possa ser único e não sentir-me estranho quanto a isso. Saber que poderei deixar descendentes e que estes poderão ser mais parecidos comigo. E saber que no fim da minha história poucos sentirão minha falta, e que os outros continuarão o legado, não meu, mas do mundo... da família. Quisera o destino se encarregar de levar consigo toda a dor também, e mais, fazer com que não pareça uma loucura ser... e que deixe-me ter vivido!

2 comentários:

Anônimo disse...

UAU!UAU! fiquei sem palavras! Fantástico! Parabéns! *-*

Anônimo disse...

apaixonante...