sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Saudosa maravilhosa

Cheguei de maneira calma
e abri suave.
Foi tão lento
que fiquei mais velho.

Dois tapas com a canhota
e consegui instalar-me.
Óculos escuros
e um azul no horizonte.

Brisa me acariciando
e gente de tudo quanto é cor
pra lá e pra cá
caminhando e correndo.

Gargalhada pra todo canto
e alegria sem fim.
Picolés que refrescam a garatoda;
e loira gelada pra rapaziada.

Saudades desse tempo
onde gente era a gente.
E multidão era
festa, não arrastão.

Hoje os metais tem vida,
são blindados e nos perfuram.
Hoje não temos mais liberdade,
os metais tomaram conta da cidade.

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