domingo, 24 de outubro de 2010

Eu faço por tudo
e todas as palavras.
As que conheço,
as que invento e as suas.

Carrego por aí um sorriso
meio amarelo, meio forçado.
Cheio de dor e cicatrizes
numa solidão angustiada.

Pareço um da corte
e um louco desesperado.
Qualquer símbolo de verde
já penso em primavera.

Entre todos os abismos
este que você me empurrou
é o mais profundo
e escuro dos infernos que vivi.

Quem olha não vê,
quem se importa, mente.
Quem sabe, nega
e quem nega, me mata!

Não quero que pense,
só sentir já basta.
Sentir-me, no seu peito
é o que me salva, me faz viver.

Preciso do tempo presente
e do romance entorpecer.
Desses que ultrapassam livros e poemas,
e que fazem você não viver sem mim,
assim como não vivo sem você.

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