terça-feira, 26 de outubro de 2010

Donzela prateada

Hoje foi um daqueles dias
lembra-se deles?
Aqueles de maio,
frios e nublados.

Com cara de poucos amigos
e tons esquecidos.
De saudosa tristeza,
fiel e apaixonada.

Aqueles dias de lágrimas
em meio a cama aberta.
De cantos sujos
e poeiras e traças.

De simplicidade longínqua
ela me fita.
Está ali, a me espiar
com olhos brilhantes, mas sozinha.

Não ousa abrir a boca,
assim como eu.
Busca ser percebida
de maneira discreta.

Prefere ser iniciada,
ser desejada e ser amada.
É, nesta noite somos só você e eu,
minha cara.

Vou abrir a janela um pouco mais
e convidá-la cordialmente.
Sinta-se a vontade, sinta-se da família,
o vazio hoje é por conta da casa.

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